Como implementar a estratégia cloud-first na sua empresa

Atualmente, apostar na computação em nuvem não é mais opção – tornou-se uma necessidade para empresas que desejam se manter relevantes e inovadoras no mercado. Mais do que uma decisão técnica de TI, a nuvem tornou-se um grande motor de transformação dos negócios, trazendo agilidade tanto nas operações diárias quanto no lançamento de novas inovações.
Globalmente, essa tendência é clara: analistas da Gartner projetam que até 2025, 85% das organizações já terão adotado a abordagem cloud-first em suas estratégias de TI. No Brasil, o movimento é igualmente acelerado. O mercado de serviços em nuvem no país deve crescer mais de 20% ao ano, impulsionado pela busca de mais eficiência e inovação.
Uma pesquisa de 2023 da FGVcia revelou que a computação em nuvem já responde, em média, por 42% do processamento de dados nas empresas brasileiras, proporção que deve superar 50% nos próximos dois anos. Esses indicadores de mercado demonstram porque a estratégia cloud-first ganhou importância no planejamento de grandes empresas, tornando-se um pilar das iniciativas de transformação digital recentes.
O que é uma estratégia cloud-first?
Em termos simples, estratégia cloud-first é a abordagem em que a organização prioriza o uso da nuvem como primeira opção para novos projetos, aplicações e serviços digitais. Isso significa que, ao tomar decisões de tecnologia, a empresa opta preferencialmente por soluções em nuvem em vez de investir em infraestrutura local ou data centers tradicionais.
O objetivo é acelerar a migração para a nuvem em busca de inovação, redução de custos e escalabilidade, aproveitando ao máximo os benefícios da computação em nuvem. Importante destacar que adotar cloud-first não implica necessariamente migrar tudo para a nuvem imediatamente. Trata-se de priorizar a nuvem sempre que possível, avaliando caso a caso as necessidades. Fatores como requisitos de conformidade (regulatórios ou de segurança) e a interoperabilidade com sistemas legados existentes precisam ser considerados.
Ou seja, uma empresa cloud-first ainda pode manter algumas soluções on-premises ou em nuvem privada se houver justificativas técnicas ou de negócio, mas a nuvem pública ou híbrida será sempre a opção preferencial para novos desenvolvimentos e migrações planejadas.
Benefícios estratégicos e operacionais
Adotar uma estratégia cloud-first traz uma série de benefícios tanto em nível estratégico quanto operacional. Do ponto de vista estratégico, a nuvem confere à empresa maior agilidade para responder às mudanças do mercado e inovar mais rapidamente. Novas aplicações e funcionalidades podem ser lançadas em uma fração do tempo que levariam em infraestruturas tradicionais, pois não há necessidade de adquirir e provisionar hardware físico antes de experimentar ou crescer. Essa agilidade se traduz em vantagem competitiva – empresas cloud-first conseguem implementar modelos de negócio digitais, melhorar a experiência do cliente e escalar suas operações de forma muito mais rápida que concorrentes com infraestrutura rigidamente on-premises.
Já em termos operacionais, os ganhos de eficiência e redução de custos são comprovados. Um estudo da Gartner mostrou que empresas brasileiras que adotaram o modelo cloud-first obtiveram até 35% de aumento na eficiência operacional, ao mesmo tempo em que reduziram os custos de TI em cerca de 30%.
Esses ganhos decorrem de diversos fatores: eliminação de gastos com manutenção de data centers próprios, otimização do uso dos recursos (pagando apenas pelo que for utilizado) e automação de atividades antes manuais. Além disso, a nuvem oferece uma flexibilidade sem precedentes, permitindo ajustar rapidamente a capacidade de servidores, armazenamento e rede de acordo com a demanda em tempo real, sem desperdício de investimentos em infraestrutura ociosa.
Na prática, isso significa que a TI pode suportar picos de acessos ou expansões de negócio instantaneamente, algo difícil de realizar em ambientes puramente locais. Outro benefício estratégico está na inovação acelerada. Com a nuvem, as empresas têm acesso facilitado a um ecossistema de serviços avançados – de ferramentas de Big Data e Analytics a soluções de Machine Learning e Inteligência Artificial. Esse acesso sob demanda permite experimentar novas ideias com baixo custo inicial, impulsionando a criação de produtos digitais inovadores.
Também reduz a dependência de ciclos longos de compra e instalação de hardware, liberando as equipes de TI para se concentrarem em iniciativas de maior valor ao negócio em vez de rotinas de sustentação. Em resumo, a empresa ganha mais foco no core business e flexibilidade para se reinventar. Por fim, vale mencionar o rápido retorno sobre o investimento (ROI) proporcionado pela nuvem.
Embora adotar cloud-first exija um investimento inicial em migração e requalificação de equipes, esse custo costuma se pagar em pouco tempo. Um estudo recente da McKinsey indicou que empresas que seguiram a estratégia cloud-first recuperaram o valor investido em menos de dois anos.
Ou seja, além de sustentável, a migração para a nuvem se traduz rapidamente em ganhos tangíveis no balanço da empresa. Todos esses benefícios reforçam por que o modelo cloud-first não apenas otimiza a operação de TI, mas também funciona como elemento estratégico para alavancar os resultados do negócio.
Etapas para implementar uma estratégia cloud-first
Implementar uma estratégia cloud-first em uma grande empresa requer planejamento estruturado e execução gradual, visando garantir escalabilidade e segurança ao longo do processo. Não basta realizar uma migração isolada de sistemas para a nuvem – é necessário ter uma abordagem robusta e bem planejada para maximizar o ROI e assegurar a conformidade e proteção dos dados.
A seguir, delineamos etapas essenciais para uma implementação bem-sucedida:
Diagnóstico e planejamento inicial
O primeiro passo é realizar um levantamento completo da infraestrutura de IT atual e dos aplicativos em uso. Isso inclui identificar quais sistemas são candidatos à migração imediata e quais dependências existem entre eles. Com esse diagnóstico em mãos, a organização deve desenhar um plano estratégico de adoção da nuvem, definindo prioridades, cronogramas e metas claras.
É recomendável iniciar migrando cargas de trabalho menos críticas ou novos projetos piloto na nuvem, para ganhar experiência e demonstrar resultados rápidos aos stakeholders antes de avançar para sistemas mais sensíveis.
Escolha da arquitetura e dos provedores de nuvem
Com o plano em mãos, chega o momento de decidir qual será a arquitetura de nuvem adotada e selecionar os provedores ou plataformas ideais para cada necessidade. Muitas organizações de grande porte optam por um modelo multicloud ou híbrido, combinando nuvens públicas, nuvens privadas e até mesmo mantendo parte da infraestrutura local.
Essa combinação visa equilibrar requisitos de segurança, desempenho e conformidade, além de evitar dependência excessiva de um único fornecedor. Segundo dados recentes, diversas empresas brasileiras têm seguido esse caminho híbrido/multicloud para ganhar mais segurança e flexibilidade na jornada para a nuvem.
Na prática, é fundamental avaliar os principais provedores globais (como AWS, Microsoft Azure e Google Cloud) quanto aos serviços, custos e regiões de data center que oferecem, escolhendo aqueles que melhor se alinham aos objetivos do negócio e às exigências regulatórias do setor.
Migração e implementação em fases
A execução da migração para a nuvem deve ser feita de forma gradual e controlada. Com as prioridades definidas, é recomendável migrar sistemas em ondas ou fases, começando por aplicações menos complexas ou que trarão ganhos imediatos. Cada fase deve ser cuidadosamente gerenciada, incluindo testes rigorosos de desempenho, integração e segurança já no ambiente de nuvem.
Durante a migração, é importante minimizar interrupções nas operações: para isso, muitas empresas adotam uma arquitetura híbrida temporária, mantendo partes do sistema rodando on-premises até que a parte já migrada esteja estável na nuvem. Assim, garante-se continuidade do negócio enquanto a transição acontece. É também nessa etapa que se define a arquitetura cloud-optimal para cada aplicação – algumas serão simplesmente realocadas (lift-and-shift), enquanto outras podem ser reescritas ou otimizadas para aproveitar escalabilidade automática, bancos de dados gerenciados e outros recursos nativos da nuvem.
Segurança, conformidade e governança desde o início
Um dos aspectos mais importantes ao adotar cloud-first é incorporar os requisitos de segurança e compliance no projeto desde o início. Migrar para a nuvem não diminui a necessidade de proteção – pelo contrário, exige políticas ainda mais robustas para garantir a integridade e confidencialidade dos dados fora do perímetro tradicional. A boa notícia é que as próprias empresas têm reforçado suas medidas: 54% das organizações brasileiras com ambientes cloud-first aumentaram seus controles de segurança, adotando criptografia de dados, monitoramento em tempo real e análise preditiva de ameaças.
Para além das ferramentas, é fundamental implementar uma governança clara em nuvem – definir quem pode criar ou alterar recursos, padronizar configurações, acompanhar custos e garantir que normas como a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) sejam cumpridas. Ao incorporar essas práticas de segurança e governança desde o início do projeto cloud-first, a empresa previne problemas futuros e constrói um ambiente confiável para aplicações críticas.
Gestão da mudança e capacitação das equipes
A transição para um modelo cloud-first impacta não apenas a tecnologia, mas também as pessoas e processos da organização. Portanto, uma etapa essencial é conduzir a gestão de mudança de forma proativa. Isso inclui comunicar claramente a todos os departamentos os objetivos da migração, os benefícios esperados e as mudanças nos fluxos de trabalho.
É comum haver resistências iniciais – afinal, equipes acostumadas a determinados sistemas precisarão aprender novas ferramentas e procedimentos. Por isso, investir em treinamento e capacitação é fundamental: programas de formação em novas tecnologias de nuvem, workshops sobre DevOps e FinOps, e até mesmo parcerias com provedores para certificações podem acelerar a adaptação do time.
Além disso, envolver lideranças de negócio como patrocinadoras do projeto ajuda a reforçar a importância estratégica da iniciativa. Com uma boa gestão de mudança, a cultura da empresa vai gradualmente se ajustando à mentalidade cloud-first, garantindo que as novas práticas sejam incorporadas de forma sustentada.
Principais desafios e como superá-los
Embora os benefícios sejam muitos, grandes empresas também enfrentam desafios significativos ao adotar uma estratégia cloud-first. Entre os principais estão questões tecnológicas legadas, barreiras culturais internas e preocupações com conformidade e segurança. Diferentemente de startups “nativas da nuvem”, corporações tradicionais carregam sistemas antigos e processos arraigados que nem sempre migrarão facilmente. Além disso, mudar o mindset de equipes inteiras e adequar-se a regulações como a LGPD são tarefas complexas, somadas à pressão por mostrar resultados rápidos durante a transformação.
A boa notícia é que cada um desses obstáculos pode ser superado com as estratégias adequadas: Sistemas legados e complexidade técnica: Muitos sistemas antigos não foram projetados para rodar fora de um ambiente local, o que dificulta sua migração ou reescrita.
Para superar esse desafio, a empresa pode adotar uma abordagem gradativa de modernização. Aplicativos legados podem ser isolados em containers ou virtualizados para rodar na nuvem sem grandes alterações iniciais, enquanto, em paralelo, desenvolve-se versões cloud-native desses sistemas para substituí-los no longo prazo.
Outra medida é implementar integrações híbridas: manter partes do sistema on-premises (quando há restrições técnicas ou regulatórias) e conectá-las à nuvem, garantindo que dados fluam entre os ambientes. A chave é ter arquitetos experientes avaliando cada aplicativo legado e definindo a melhor estratégia (reforma, substituição, lift-and-shift, etc.) para que gradualmente toda a carteira de sistemas possa se beneficiar da nuvem.
Questões regulatórias e de segurança de dados podem retardar a adoção da nuvem, especialmente em setores altamente regulados (finanças, saúde, governo). Para superar esse obstáculo, é fundamental incluir cedo no projeto as áreas de Segurança da Informação e Compliance, garantindo que a nova arquitetura em nuvem atenda a todos requisitos.
Políticas de criptografia, controle de acesso robusto e monitoramento contínuo devem ser implementados desde o início, conforme mencionado.
Adicionalmente, escolher provedores de nuvem que possuam certificações de segurança reconhecidas (ISO 27001, SOC 2, etc.) e regiões de data center no próprio país (para atender leis de soberania de dados, quando aplicável) dá à empresa maior tranquilidade para migrar dados sensíveis. A experiência mostra que, uma vez implementadas as medidas adequadas, a nuvem pode até aumentar a postura de segurança em relação ao ambiente anterior, pois passa a contar com proteções de próxima geração e monitoramento especializado 24×7 dos provedores.
Por fim, um desafio prático é garantir que os custos da nuvem não saiam do controle e que os gestores vejam retorno rápido. A facilidade de provisionar recursos na nuvem pode levar a gastos inesperados se não houver governança de custos (FinOps) bem estabelecida. Pesquisas indicam que muitas empresas migram sem implantar processos de controle financeiro adequados, correndo o risco de surpresas na fatura mensal. Para evitar isso, é recomendável definir orçamentos e limites de gastos por projeto, utilizar ferramentas de cloud cost management oferecidas pelos próprios provedores e revisar periodicamente a utilização dos recursos.
Como a Faiston apoia empresas na adoção de cloud-first
Contar com parceiros experientes pode fazer toda a diferença para acelerar a jornada cloud-first e evitar percalços. A Faiston é especializada em soluções e serviços gerenciados de infraestrutura de TI, com forte atuação em computação em nuvem.
Com mais de 20 anos de experiência no mercado de TI brasileiro, a Faiston desenvolve ofertas sob medida para as necessidades de cada cliente, garantindo implementações de ponta a ponta alinhadas aos objetivos do negócio.
Na prática, a Faiston oferece uma equipe de especialistas multidisciplinares que trabalham lado a lado com o time interno da empresa durante a transição. Por meio de metodologias ágeis e das melhores práticas de mercado, seus consultores avaliam a infraestrutura existente, desenham a arquitetura de nuvem mais adequada (incluindo a possibilidade de soluções híbridas ou multicloud) e executam a migração com mínimo impacto operacional.
A estratégia cloud-first vem se consolidando como um caminho natural para grandes empresas que buscam modernizar sua TI e impulsionar a transformação digital. Os benefícios estratégicos e operacionais são evidentes, e os desafios podem ser superados com planejamento adequado e parceiros competentes. Se a sua organização deseja iniciar ou acelerar essa jornada para a nuvem, entre em contato com a Faiston. Estamos prontos para ajudar a arquitetar e implementar uma estratégia cloud-first de sucesso, preparando seu negócio para um futuro cada vez mais dinâmico e competitivo.