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Como implementar nuvem híbrida: da estratégia à prática

Atualmente, quase 50% dos dados corporativos estão armazenados na nuvem, e 98% das empresas estão em processo de migração para ambientes em nuvem. A nuvem híbrida se destaca como uma solução que combina pelo menos um ambiente de nuvem privada com recursos de nuvem pública, permitindo que as organizações gerenciem dados sensíveis enquanto aproveitam recursos públicos para tarefas menos críticas.

A computação em nuvem híbrida oferece benefícios significativos para as empresas, como a redução de custos a longo prazo através da otimização na alocação de recursos entre nuvens públicas e privadas.

Além disso, esse modelo fortalece a continuidade dos negócios e a recuperação de desastres ao integrar armazenamento local com recursos em nuvem. Por exemplo, as organizações que operam em ambientes de nuvem híbrida conseguem maior agilidade e velocidade no provisionamento de recursos em comparação com configurações tradicionais de TI.

Fundamentos da computação em nuvem híbrida

A computação em nuvem híbrida representa uma evolução significativa na infraestrutura de TI moderna, combinando diferentes ambientes de computação para criar uma solução única e flexível. No cenário atual, a nuvem híbrida conjuga sem dificuldades a nuvem pública, a nuvem privada e a infraestrutura local.

Na nuvem pública, os recursos são compartilhados entre múltiplos usuários através de um modelo multilocatário, onde as cargas de trabalho de diferentes organizações podem executar instâncias de CPU simultaneamente em um servidor físico compartilhado, mantendo seus dados separados. Por outro lado, a nuvem privada oferece um ambiente dedicado a uma única organização, seja hospedado em seu próprio datacenter ou em infraestrutura terceirizada.

A nuvem híbrida se destaca por permitir que as organizações mantenham dados confidenciais em ambientes privados enquanto aproveitam a escalabilidade da nuvem pública. Por exemplo, uma instituição financeira pode armazenar informações sensíveis dos clientes na nuvem privada e utilizar a nuvem pública para testar novas aplicações bancárias móveis.

Os componentes técnicos fundamentais da nuvem híbrida incluem tecnologias de conectividade como VPNs (redes privadas virtuais), WANs (redes de longa distância) e APIs (interfaces de programação de aplicações). Ademais, a virtualização desempenha papel central, permitindo que recursos físicos sejam divididos em múltiplas máquinas virtuais.

A orquestração de contêineres, especialmente através do Kubernetes, tem se tornado essencial para automatizar a implementação de aplicativos em diferentes ambientes de nuvem. Esta tecnologia facilita o gerenciamento de microsserviços e aplicações nativas da nuvem, permitindo maior portabilidade e eficiência.

No contexto do mercado brasileiro, os números mostram um cenário promissor. O Brasil se destaca entre os países com maior crescimento no uso de serviços em nuvem, apresentando taxas acima da média mundial. Os investimentos em infraestrutura de nuvem continuam expressivos, com provedores como a AWS planejando investir RBRL 57.99 bilhões no país até 2034.

O mercado de computação em nuvem no Brasil mantém-se aquecido, com empresas registrando crescimento entre 13% e 15% no ano fiscal de 2024. Este crescimento é impulsionado principalmente pelo segmento enterprise, onde grandes corporações intensificam seus esforços de migração para a nuvem. Até mesmo setores tradicionalmente conservadores, como o bancário, estão migrando sistemas legados para ambientes em nuvem.

A segurança na nuvem híbrida envolve uma abordagem abrangente, incluindo criptografia de dados, autenticação de rede e controles de acesso. As organizações podem implementar medidas específicas de proteção em cada ambiente, garantindo que dados sensíveis permaneçam protegidos enquanto mantêm a flexibilidade de operações.

Planejamento da infraestrutura híbrida

O planejamento adequado da infraestrutura híbrida começa com uma análise minuciosa do ambiente tecnológico existente. No Brasil, 83% dos líderes empresariais e de TI adotam abordagens de nuvem híbrida para impulsionar a transformação digital, superando a média mundial de 77%. Contudo, apenas 27% das organizações brasileiras gerenciam seus ecossistemas de nuvem híbrida de forma holística.

Para uma avaliação eficiente da infraestrutura atual, as empresas precisam mapear todos os componentes do ambiente, incluindo servidores, armazenamento e recursos de rede. Um aspecto fundamental é a análise da capacidade computacional existente e sua utilização real. Por exemplo, muitas organizações descobrem que seus servidores operam com apenas 30% a 40% de sua capacidade total, indicando oportunidades significativas para otimização.

Os requisitos de hardware e software devem ser cuidadosamente dimensionados para garantir o desempenho adequado do ambiente híbrido. Na prática, isso envolve a avaliação de diversos componentes técnicos:

  • Conectividade de rede com baixa latência
  • Virtualização e orquestração de contêineres
  • Sistemas de armazenamento distribuído
  • Ferramentas de monitoramento e gerenciamento unificado

No contexto brasileiro, o orçamento e o TCO (Custo Total de Propriedade) apresentam particularidades importantes. As empresas precisam considerar não apenas os custos diretos com infraestrutura, mas também despesas operacionais como energia elétrica e manutenção. Por exemplo, organizações que migraram para ambientes híbridos relatam economia de até 24% nos custos com energia elétrica e redução de 32% no tempo dedicado pela equipe de TI para manutenções.

A análise financeira deve contemplar ainda os custos de transferência de dados entre ambientes. No mercado brasileiro, os valores podem variar significativamente dependendo da região do data center escolhido. Por exemplo, uma mesma configuração de instância pode ter variação de preço de até 40% entre diferentes regiões.

Para otimizar o TCO, as organizações devem avaliar cuidadosamente os modelos de precificação disponíveis. Os provedores de nuvem oferecem diferentes opções, como pagamento por demanda, instâncias reservadas e descontos por volume de uso. Ademais, 76% das empresas brasileiras consideram que uma estratégia de nuvem híbrida bem estruturada é essencial para realizar todo o potencial da transformação digital.

A segurança e a conformidade regulatória também influenciam diretamente o planejamento da infraestrutura. No Brasil, 35% das organizações apontam questões de segurança como principal obstáculo para integrar cargas de trabalho entre ambientes, enquanto 38% relatam dificuldades em garantir conformidade na nuvem.

O dimensionamento adequado dos recursos computacionais deve considerar ainda a elasticidade necessária para períodos de pico. Por exemplo, empresas do setor de varejo frequentemente necessitam de capacidade adicional durante eventos sazonais, como Black Friday. Nestes casos, a infraestrutura híbrida permite escalar recursos temporariamente sem investimentos permanentes em hardware.

Um aspecto frequentemente negligenciado é a capacitação da equipe técnica. Cerca de 63% das empresas brasileiras relatam que suas equipes não possuem todas as competências necessárias para gerenciar aplicações em nuvem de forma eficiente. Portanto, o planejamento deve incluir investimentos em treinamento e desenvolvimento profissional.

Implementação passo a passo

A implementação bem-sucedida de uma nuvem híbrida requer uma abordagem sistemática e estruturada. O processo começa com a configuração adequada do ambiente on-premises, seguida pela integração cuidadosa com provedores de nuvem pública. No Brasil, 76% das empresas que adotam nuvem híbrida relatam melhorias significativas em sua infraestrutura quando seguem um processo estruturado de implementação.

Na configuração do ambiente on-premises, o primeiro passo envolve a preparação da infraestrutura física e virtual. As organizações precisam estabelecer conexões de rede robustas, com especial atenção à largura de banda e à latência. A implementação de VPNs (Redes Privadas Virtuais) e WANs (Redes de Longa Distância) forma a base para uma conectividade segura e eficiente.

A virtualização desempenha papel fundamental nesta etapa. As empresas brasileiras têm adotado tecnologias como VMware e Kubernetes para criar ambientes virtualizados que facilitam a portabilidade de aplicações. Ademais, a implementação de ferramentas de orquestração de contêineres permite automatizar o provisionamento e gerenciamento de recursos.

Durante a integração com provedores de nuvem pública, as organizações precisam estabelecer conexões dedicadas de alta velocidade. No mercado brasileiro, provedores como AWS e Azure oferecem serviços específicos para esta finalidade. Por exemplo, o AWS Direct Connect estabelece uma interface virtual privada entre a rede local e a Amazon Virtual Private Cloud, garantindo maior segurança e desempenho.

A implementação também requer atenção especial à segurança dos dados. As empresas devem configurar políticas de criptografia, implementar controles de acesso baseados em identidade e estabelecer mecanismos de monitoramento contínuo. No Brasil, 65% das organizações utilizam ferramentas de gerenciamento unificado para supervisionar tanto os ambientes on-premises quanto os recursos em nuvem pública.

Para garantir a portabilidade de aplicações, as organizações brasileiras têm adotado arquiteturas baseadas em microsserviços. Esta abordagem permite que as aplicações sejam desenvolvidas, implementadas e gerenciadas de forma independente, facilitando a movimentação entre ambientes on-premises e nuvem pública.

O processo de implementação deve incluir ainda a configuração de ferramentas de backup e recuperação de desastres. Os dados mostram que 82% das empresas brasileiras consideram a recuperação de desastres como um dos principais motivadores para adoção de nuvem híbrida.

A automação desempenha papel central na implementação. Através de infraestrutura como código (IaC), as organizações podem automatizar o provisionamento e a configuração de recursos tanto no ambiente on-premises quanto na nuvem pública. Esta prática reduz erros manuais e acelera o processo de implementação.

Por fim, o monitoramento e a otimização contínua são fundamentais. As empresas precisam implementar ferramentas que permitam visualizar o desempenho, custos e utilização de recursos em tempo real. No Brasil, organizações que implementam monitoramento adequado relatam redução de 28% nos custos operacionais.

Segurança e conformidade

A segurança e conformidade em ambientes de nuvem híbrida têm se tornado prioridade máxima para as organizações brasileiras, principalmente após a implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No Brasil, 86% das empresas sofreram ataques cibernéticos em 2022, evidenciando a necessidade de medidas robustas de proteção.

A LGPD estabelece diretrizes específicas para o tratamento de dados em ambientes de nuvem híbrida. As organizações precisam garantir que tanto os dados armazenados na nuvem privada quanto na pública estejam protegidos adequadamente. Por exemplo, 82% das violações de segurança empresarial ocorrem devido a erros humanos, tornando fundamental a implementação de políticas rigorosas de controle de acesso.

Para atender aos requisitos da LGPD, as empresas devem implementar medidas técnicas como criptografia de dados em trânsito e em repouso. Os provedores de nuvem pública devem fornecer informações claras sobre suas capacidades de criptografia e oferecer ferramentas que permitam aos clientes aplicar sua própria proteção criptográfica.

O monitoramento contínuo tornou-se essencial para a conformidade. As organizações precisam implementar sistemas que registrem todas as atividades relacionadas aos dados pessoais, incluindo alterações, exclusões e acessos. No Brasil, apenas 55% das empresas mantêm um inventário regulatório controlado, indicando uma lacuna significativa na gestão de conformidade.

As ferramentas de monitoramento e controle devem incluir recursos de observabilidade que permitam às equipes visualizar e analisar o comportamento dos sistemas em tempo real. Segundo dados recentes, as organizações operam em média 10 nuvens diferentes, o que torna o monitoramento unificado ainda mais relevante.

A implementação de um modelo de responsabilidade compartilhada é fundamental. Os provedores de nuvem são responsáveis pela segurança da infraestrutura, enquanto as organizações devem garantir a segurança dos dados e aplicações. No contexto brasileiro, 92% dos pesquisados destacam a importância de políticas robustas para cibersegurança em ambientes de nuvem.

Para garantir a conformidade contínua, as empresas devem realizar auditorias regulares e manter documentação atualizada sobre suas práticas de proteção de dados. A Tenable publicou 1.167 auditorias abrangendo 447 referências, oferecendo 16% mais cobertura para referências do CIS em ambientes híbridos.

As ferramentas de gerenciamento de identidade e acesso (IAM) são componentes essenciais para a segurança. Em algumas jurisdições, existem requisitos específicos sobre a frequência de verificações para credenciais de autenticação não utilizadas. Além disso, a implementação de autenticação multifator e políticas de privilégios mínimos tem se mostrado eficaz na prevenção de acessos não autorizados.

O monitoramento de custos também faz parte da estratégia de segurança. As organizações devem implementar ferramentas que permitam visualizar e controlar gastos em diferentes ambientes de nuvem, evitando desperdícios e otimizando investimentos em segurança. Ademais, 77% das empresas planejam expandir seu uso de nuvem até 2029, ressaltando a importância de uma estratégia de segurança escalável.

Otimização e desempenho

O monitoramento e a otimização do desempenho em ambientes de nuvem híbrida exigem uma abordagem abrangente e sistemática. As organizações brasileiras que implementam práticas eficientes de monitoramento conseguem reduzir seus custos operacionais em até 28%. Além disso, através de ferramentas automatizadas de otimização, as empresas podem dimensionar recursos adequadamente, evitando o desperdício comum do superprovisionamento.

Para garantir o desempenho ideal, as métricas fundamentais incluem o uso da CPU, memória disponível e espaço em disco lógico. As ferramentas de monitoramento fornecem granularidade por segundo ou por minuto, permitindo que as equipes técnicas identifiquem rapidamente gargalos e anomalias no sistema. Adicionalmente, o monitoramento do tráfego de rede e das taxas de erro possibilita uma visão completa do desempenho das aplicações.

No que tange aos ajustes de configuração, as organizações precisam implementar balanceamento de carga eficiente para distribuir o tráfego entre servidores. Esta prática minimiza gargalos durante picos de uso e acelera o desempenho das aplicações. O uso de Content Delivery Networks (CDNs) também se mostra eficaz, especialmente para empresas com presença nacional, reduzindo a latência através de servidores geograficamente dispersos.

A análise de custos operacionais demonstra que 77% das empresas esperam aumentar seus investimentos em nuvem nos próximos anos. Para otimizar esses investimentos, as organizações podem utilizar diferentes modelos de precificação:

  • Instâncias reservadas com compromissos de 1 a 3 anos, oferecendo descontos significativos
  • Instâncias spot para processamento não crítico, com economia substancial
  • Modelos pay-as-you-go para cargas de trabalho variáveis

O dimensionamento correto dos recursos pode gerar economia de até 40% nos custos operacionais. As ferramentas de gerenciamento de custos em nuvem oferecem recursos avançados de monitoramento para eliminar desperdícios e aumentar a eficiência operacional.

A automação desempenha papel fundamental na otimização. Através do IBM Turbonomic, por exemplo, as organizações podem automatizar ações críticas em tempo real, fornecendo o uso mais eficiente dos recursos de computação, armazenamento e rede. Esta abordagem proativa ajuda a manter o desempenho das aplicações enquanto reduz custos operacionais.

Para ambientes menores, como filiais, recomenda-se utilizar agentes para transferir dados diretamente para o workspace do Log Analytics, em vez de um gateway. Esta configuração simplifica a arquitetura e reduz custos de infraestrutura, mantendo a eficiência operacional.

A observabilidade em tempo real permite que as equipes técnicas identifiquem e resolvam problemas antes que afetem os usuários finais. As ferramentas modernas oferecem análise de dados e visualização baseada em aprendizado de máquina para detecção proativa de anomalias, garantindo a estabilidade do ambiente híbrido.

Em conclusão, para alcançar um desempenho otimizado e eficiente, é fundamental que as empresas adotem uma abordagem abrangente que inclua monitoramento detalhado, ajustes de configuração inteligentes, análise de custos operacionais, automação e uma observabilidade em tempo real. Essas práticas não apenas garantem a estabilidade e a eficiência do ambiente de TI, mas também proporcionam uma gestão de recursos mais econômica e sustentável, permitindo que as empresas se adaptem rapidamente às demandas dinâmicas do mercado.

A Faiston está pronta para ajudar sua empresa nessa jornada.


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