Como o modelo FinOps determina o valor da nuvem

Recentemente, publicamos em nossas redes sociais uma enquete sobre o modelo FinOps, perguntando “Como se chama o conjunto de melhores práticas que visa maximizar o valor dos serviços na nuvem”? Ao final, tivemos a seguinte amostragem: 

• FinOps – 44% 
• Gestão financeira – 4% 
• Avaliação de Cloud – 41% 
• Modelo de nuvem – 11% 

Como o resultado sugere que existe uma dúvida sobre as práticas FinOps, vamos detalhar melhor como aplicar essa estrutura operacional e prática cultural que maximiza o valor comercial da nuvem, permite a tomada de decisões oportunas baseadas em dados e cria responsabilidade financeira por meio da colaboração entre equipes de tecnologia, finanças e negócios. 

A FinOps Foundation, uma organização sem fins lucrativos, reúne a biblioteca de conhecimento da metodologia, com apoio de mais de 5 mil empresas e tem a missão de aprimorar e compartilhar as melhores práticas desse modelo de gerenciamento de custos da nuvem, reunindo uma comunidade de profissionais em todo o mundo. 

Os princípios do modelo FinOps 

O FinOps requer uma abordagem holística e multifuncional que envolve vários stakeholders (ou personas). Eles têm diferentes funções, responsabilidades e perspectivas que influenciam a forma como usam e otimizam os recursos e os custos da nuvem, e requer a colaboração de todos.  

Para orientar seus esforços, a comunidade FinOps desenvolveu princípios aplicando sua experiência coletiva para criar uma cultura de responsabilidade e transparência compartilhadas, apontando a necessidade de que: 

• As equipes precisam colaborar: crie um foco comum na eficiência de custos, processos e decisões de custo entre equipes que normalmente não trabalham em conjunto 
• Todos assumem a propriedade: descentralize decisões sobre uso e otimização de recursos de nuvem e oriente as equipes técnicas a considerarem o custo, bem como o tempo de atividade e o desempenho 
• Uma equipe centralizada impulsiona o FinOps: centralize o gerenciamento das práticas do FinOps para consistência, automação e negociações de custos 

• Os relatórios do FinOps devem ser acessíveis e oportunos: forneça dados objetivos de uso e custo, para as pessoas certas, para habilitar decisões de prompt e previsão 
• As decisões são orientadas pelo valor comercial da nuvem: equilibre as decisões de custo com benefícios comerciais, incluindo qualidade, velocidade e capacidade de negócios 
• Aproveite o modelo de custo variável da nuvem: faça pequenos ajustes contínuos no uso e na otimização da nuvem 

Estrutura, ciclo de vida e maturidade do FinOps 

A estrutura do FinOps inclui recursos que abrangem desde a análise de custos e o monitoramento até a otimização e o alinhamento organizacional. 

Uma abordagem estruturada para a implementação de uma cultura FinOps, segundo a nossa parceira Microsoft, permite: 

• Ajudar as organizações a gerenciarem seus custos de nuvem com mais eficiência 
• Alinhar os gastos na nuvem com as metas de negócios 
• Gerar maior valor comercial a partir da sua infraestrutura de nuvem 

A jornada de FinOps envolve três etapas, e uma empresa pode estar em diversas fases, conforme o seu grau de maturidade. O FinOps é um processo iterativo e hierárquico, e cada equipe itera por meio do ciclo de vida do processo em seu próprio ritmo, em parceria com equipes de todas as áreas da organização. 

A estrutura do FinOps define um ciclo de vida com três fases: 

A fase de informação é o primeiro passo na jornada FinOps. Comece coletando dados de várias fontes para obter informações sobre o uso da nuvem e os padrões de gastos. Nesta fase, você se concentrará em relatórios, detecção de anomalias, parâmetros de comparação, alocação de custos, taxonomia, marcas, previsão e orçamento. 

A fase de otimização é a segunda etapa na jornada do FinOps. Identifique e aja em oportunidades para otimizar seus gastos com a nuvem enquanto oferece o mesmo nível de desempenho com base nos insights obtidos na fase de informação. Nessa etapa, você se concentrará em KPIs, resultados, otimização de uso, otimização de taxas e casos de negócios.  

A fase de operação é a etapa final na jornada do FinOps. Estabeleça uma estrutura para gerenciamento contínuo de custos e governança de nuvem para que sua organização possa manter o uso ideal da Cloud e a eficiência de custos a longo prazo. Nesta fase, você se concentrará na adoção organizacional e cultural das práticas recomendadas de FinOps. 

À medida que as equipes avançam pelo ciclo de vida do FinOps, elas aprendem e crescem naturalmente, desenvolvendo práticas mais maduras a cada iteração. Assim como o ciclo de vida do FinOps, cada equipe está em diferentes níveis de maturidade com base em suas áreas de experiência e foco. 

A estrutura do FinOps define um modelo de maturidade simples de Crawl-Walk-Run, abordagem que permite que as organizações comecem pequenas e cresçam em escala, escopo e complexidade à medida que o valor do negócio garante o amadurecimento de uma atividade funcional. 

Mas a verdade é que atingir a maturidade é um processo mais complexo. Em vez de se concentrar em um nível de maturidade global, a Microsoft indica que é mais importante identificar e avaliar o progresso em relação às metas em cada área, destacando as seguintes questões: 

1. Identificar os recursos mais críticos para sua empresa 

1. Definir a importância da expertise, processos, métricas de sucesso, alinhamento organizacional e automação das equipes para cada um dos recursos identificados 

1. Avaliar cada equipe com base nas metas definidas 

1. Identificar as etapas que cada equipe pode seguir para melhorar a maturidade de cada funcionalidade 

1. Configurar marcos regulares para monitorar o progresso e reavaliar a avaliação de maturidade a cada 3 a 6 meses 

Embarque na jornada FinOps 

Segundo consultores da McKinsey, embora o FinOps seja mais eficaz quando as organizações o implementam desde o início da migração para a Cloud, adotar o modelo em praticamente qualquer ponto durante a jornada oferece benefícios significativos. As organizações que utilizam FinOps de forma eficaz podem reduzir os custos da nuvem em até 20% a 30%. 

FinOps é uma jornada – não um destino. As empresas devem monitorizar e responder aos novos dados empresariais e fazer mudanças, especialmente nos atuais ambientes em rápida evolução, onde o ritmo ágil da mudança continua acelerado.  

Ocasionalmente, as empresas abandonam as suas iniciativas de FinOps após os primeiros resultados produtivos, mas esse é um grande erro estratégico. 

O estabelecimento de uma cultura FinOps faz com que toda a organização siga na mesma direção e acelera as metas de negócios com fluxos de trabalho mais eficientes e melhor colaboração entre as equipes. Todos podem tomar decisões mais informadas em conjunto e otimizar as operações. 

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